sábado, 20 de agosto de 2011

Música e Folclore na contemporaneidade.

A cultura de um determinado povo, nação ou civilização é determinada por diversos fatores que se estendem da religião a normas de conduta moral, portanto, cultura é de fato um termo ramificado e não somente remete a superfície das manifestações artísticas populares. Considero o folclore um exemplo perfeito do que é cultura no seu estágio sublime, afinal toda manifestação folclórica carrega em si diversos preceitos religiosos, étnicos e artísticos. Ultimamente tenho me identificado bastante com esse tema, por achar que inserir conceitos de música teórica contemporânea para analisar a liberdade artística popular é extremamente equivocado, porém a perspectiva folclórica contemporânea é de fato muito importante para o avanço da pesquisa etnomusicológica atual. A música não deixa de ser também um bom exemplo de manifestação cultural, mas assim como outras presentes na região Nordeste do Brasil, atingiu diversas outras perspectivas ao longo do tempo que conflitam em alguns aspectos com a perspectiva cultural tradicional presente nas manifestações populares. Ouvindo e lendo relatos dos “artistas do sertão” tive a certeza do quanto à tradição é respeitada, e principalmente do quanto à melodia tocada por quaisquer instrumento inserido é em varias situações um fator de menor importância, salvando o caso dos pífanos por exemplo. A questão é que buscar criar uma linha acerca da musicalidade desses artistas com a perspectiva que nós temos baseada na concepção teórica geral da música ocidental, é de fato um erro, afinal a proposta inserida nas manifestações folclóricas é hereditariamente oriunda de diversas regiões da África culturalmente diversificadas. É tragicômico devermos a nossa herança cultural popular aos colonizadores (se assim podemos os chamar), que nos roubaram o direito de continuarmos andando de tanga e de ver mulheres com o seio de fora, será que tudo não seria muito mais interessante se a cultura indígena fosse tão mais expressiva quanto à cultura negra?. Mas, a questão é que mesmo que não sejamos descendentes diretos dos escravos, aprendemos com eles os nossos primeiros passos de samba – o duro - (foi assim que “psirico” aprendeu a rebolar), essas ideias rítmicas são apenas parte dos alicerces dessas manifestações que os escravos africanos trouxeram para o Brasil. Esse é um texto de caráter introdutório, mas que busca criar uma ampla discussão que dialoga no centro da pesquisa Etnomusicológica já existente no Nordeste do Brasil.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Música, sensibilidade e sensações.


É impressionante o poder que a música tem de causa sensibilidade e de causar sensações. Sensações essas que podem ser boas ou ruins, mas são sensações. Alguns indivíduos usam a música para mascarar sensações e sentimentos ruins, por exemplo algum adeptos das micaretas, que usam o poder das batidas do axé music para vadiar ou badernar, alguns outros adeptos das batidas eletrônicas, neste caso, para usar drogas. Para chegar no ponto de boas sensações, quero ir mais além, naquilo que talvez verdadeiramente toque a alma, a harmonia e a melodia. É difícil definir sensações, e quais os tipos de sensações que cada uma causa, afinal, isso vai de gênero para gênero, não dá para “bater cabeça” escutando Tom Jobim. Eu sou do tipo que sente verdadeiramente o que exprime a harmonia, uma melodia simples ou mesmo as tão desritmadas e lineares execuções em solos de bateria. Não cabe aqui descrever conceitos que definam música, ou mesmo tentar entender o que pode ou não ser considerado música, porém, convenhamos que sentimento é um dos aspectos que mais a define. Eu acredito também no poder da letra, mas, considero quase que como poesia, no meio dessa letra tem melodia, inserida dentro da harmonia que passeiam sobre o ritmo que finalmente são expostos através do sentimento do músico, tudo que pode ser musicalmente entendido apenas como arranjo. Por isso acredito que a música tem o poder de causar sensações nas pessoas, justamente pelo fato de nós facilmente entendermos um arranjo como forma de manifestar nossas sensações, e de fazer com que a música (pelo menos no estado que quase todos nós conhecemos), possa refletir na nossa vida.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

FUNCIONALIDADE: MUSICALIDADE X TÉCNICA

"O que adianta saber todas as regras gramaticais do português, que não são poucas, e não conhecer o assunto sobre o qual está falando?"
Edu Ribeiro - Baterista, professor da Universidade Santa Marcelina.

Normalmente ao conhecer melhor o instrumento, o músico busca cada vez mais o conhecimento técnico, mas, erradamente as vezes se esquece de buscar melhorar sua musicalidade. Lógico que não é certo optar por uma das duas, isso seria um desastre, ao menos para os que desejam trabalhar profissionalmente.

Parando para pensar, a maior exigencia feita ao músico remete a sua musicalidade, assim, fica fácil aliar a técnica, usando-a como uma ferramenta, ou seja, na minha simples opinião não ha musicalidade sem técnica. Ainda existem aqueles que a executam sem conhecimento, ou mesmo sem saber o que está fazendo, mas, poucos ou nenhum chegam muito longe.

É simples, a musicalidade você estuda escutando música, não tem jeito!. Hoje em dia
(ainda bem), nós temos a facilidade do download gratuito dentro das mídias sociais, sites para download, softwares e outras várias coisas que facilitam nossas vidas.

Ainda existem aqueles que usam o instrumento por um motivo de competição, alguns tocam guitarra ou bateria executando notas rapidas a 220 bpm, legal, mas ao menos pra mim, música é para ser tocada e expressada. Enfim, use notas rapidas, mas por favor, seja musical.


Contudo, imagine a musica como uma conversa, ela tem várias formas de ser interpretada, mas você precisa seguir o rumo, esse é o "x" da musicalidade, ser musical utilizando determinada técnica que você estudou!

É simples queridos amigos!


Segue dois videos da mesma música tocada de duas formas diferentes, porém, demonstram toda
a musicalidade de seus executores.

o tema é "take five" de Paul Desmond.



George Benson
http://www.youtube.com/watch?v=Tn27IcAapPI

Dave Brubeck
http://www.youtube.com/watch?v=faJE92phKzI&feature=related
Versão George

domingo, 25 de julho de 2010

post nº 3

"escreva meu nome na agua...
...antes que amanheça"

antes que eu esqueça,


"beije o asfalto antes de dizer
qualquer tolice sobre mim"


Caio Lanzac

segunda-feira, 19 de julho de 2010

DESAFINADO


"Quando eu vou cantar, você não deixa
E sempre vêm a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita, mas tua beleza também pode se enganar

Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isto em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deu

Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é Bossa Nova, isto é muito natural

O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolley-Flex
Revelou-se a sua enorme ingratidão

Só não poderá falar assim do meu amor
Este é o maior que você pode encontrar
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração"

Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim

*experimente ser vidreiro e se cortar com vidro.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

RITMANDO!


A forma mais fácil de estudar os ritmos brasileiros é enriquecer seu vocabulário musical, pesquisar em cada área ou região especifica aquilo que se deseja aprender. Como exemplo temos dois ritmos parentes o Samba e o Frevo que nos levam por sua história a um mesmo foco, pois, migraram do nordeste para o sudeste. O samba foi levado ao Rio de Janeiro pelos negros que migraram da Bahia, até então era o genêro musical que predominava nas manifestações artisticas do reconcavo baiano, o samba de roda foi uma das bases para a criação do samba carioca em meados do seculo XIX. Um dos bateras mais influentes nessa área foi o nosso querido “Mamão” integrante do Azymulth trio,que tocava um samba “sem chão” excluindo quase que sempre o uso das tercinas. Com sua técnica influenciou diretamente um dos bateras mais experientes do Brasil, o gênio Carlos Bala, que incorporou o jeito de tocar do “Mamão” a sua forma de fazer samba. Hoje em dia tambem temos como exemplo a maneira que o Kiko Freitas toca samba, incorporando as batidas das escolas de samba no se jeito de tocar, fazendo com que o bumbo soe como um surdo, a caixa como repique e o ride ou outro qualquer instrumento de condução faça o papel do tamborim. O frevo é um dos genêros musicais mais desenvolvidos no Nordeste. A maior influência do frevo é Adelson Siva, batera ainda atuante na Spok frevo orquestra e mentor do não menos importante Augusto Silva que também atua na orquestra do maestro Spok, responsável por incorporar ao frevo influências jazzisticas. Escutar todos esses otimos músicos e prestar atenção em todas as células ritmicas e fills que eles abordam, é no meu ver a forma mais fácil de estudar. Você tambem pode transpor para o ditado ritmico, neste caso enriquecer o seu estudo téorico e facilitar o seu entendimento. Contudo, o importante é estudar o ritmo de diversas maneiras sempre buscando chegar em um som próprio e que seja de sua caracterítica.